Casa da Passarela "O Enólogo", Tinto, Vinhas Velhas, Dão, Colheita 2009
Antes de mais, uma desmitificação: Tem direito a uma valente vergastada de pau de loureiro quem disser que o vinho tem de ser bebido "à temperatura ambiente". Uma coisa são preferências. Outra é parvoíce. Têm estado cerca de 34ºC às 17h, pelo que me recuso a apanhar um avião até à Noruega para beber um copo de tinto. Ora, supondo que isto possa constituir um tremendo choque para os mais entendidos na matéria, prefiro, por razões não só económicas mas também organizacionais, metê-lo um pouco no frigorífico. Até porque respeito muito aquela "mania" dos produtores de guardar o vinho nas caves, acho que é por serem lugares mais frescotes ou lá o que é. Ainda por cima, diz-se por aí (pelos vistos às escondidas dos eruditos escansões), que é precisamente nas caves que, geralmente, se prova o vinho!
Posto isto, vamos ao que interessa: Não se prova vinho com "cerca de 62 castas" sem dar ao dente. Não se vai perceber patavina do que ali se passa (na boca) e, para além disso, é indelicado. Na Tasca do Ti dIAZ as coisas não se fazem assim. Mas afinal como se fazem? Para ser sincero, nem eu sabia à altura. Mas depois vi, pendurado ao pé do louro e dos oregãos, um resto de chouriço de porco preto que tinha usado num cozido. Juntando-lhe mais uns nacos de torresmos e mais uma outra azeitona, um fio de azeite, 200gr de farinha e uma colher de chá de fermento dissolvido em água morna, eis que foi esperar uma hora que levedasse, outros 45min que cozesse. Et voilá, foi um sucesso. O vinho, claro. Embora eu goste de pensar que, sem o Pão de Refugo do dIAZ Para Provas de Vinho Sensacionais, não teria sido a mesma coisa!
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