quinta-feira, 22 de agosto de 2013

De GustA

Na Tasca do Ti dIAZ havia um novo vinho (e não Vinho Novo) para experimentar...

Casa da Passarela "O Enólogo", Tinto, Vinhas Velhas, Dão, Colheita 2009

Antes de mais, uma desmitificação: Tem direito a uma valente vergastada de pau de loureiro quem disser que o vinho tem de ser bebido "à temperatura ambiente". Uma coisa são preferências. Outra é parvoíce. Têm estado cerca de 34ºC às 17h, pelo que me recuso a apanhar um avião até à Noruega para beber um copo de tinto. Ora, supondo que isto possa constituir um tremendo choque para os mais entendidos na matéria, prefiro, por razões não só económicas mas também organizacionais, metê-lo um pouco no frigorífico. Até porque respeito muito aquela "mania" dos produtores de guardar o vinho nas caves, acho que é por serem lugares mais frescotes ou lá o que é. Ainda por cima, diz-se por aí (pelos vistos às escondidas dos eruditos escansões), que é precisamente nas caves que, geralmente, se prova o vinho!

Posto isto, vamos ao que interessa: Não se prova vinho com "cerca de 62 castas" sem dar ao dente. Não se vai perceber patavina do que ali se passa (na boca) e, para além disso, é indelicado. Na Tasca do Ti dIAZ as coisas não se fazem assim. Mas afinal como se fazem? Para ser sincero, nem eu sabia à altura. Mas depois vi, pendurado ao pé do louro e dos oregãos, um resto de chouriço de porco preto que tinha usado num cozido. Juntando-lhe mais uns nacos de torresmos e mais uma outra azeitona, um fio de azeite, 200gr de farinha e uma colher de chá de fermento dissolvido em água morna, eis que foi esperar uma hora que levedasse, outros 45min que cozesse. Et voilá, foi um sucesso. O vinho, claro. Embora eu goste de pensar que, sem o Pão de Refugo do dIAZ Para Provas de Vinho Sensacionais, não teria sido a mesma coisa!
   



AnTeS
  

dEPoiS



pLanTa oVo

De uma vez por todas, tende em conta que uma beringela é "Eggplant" em inglês.
Bem sei que não nos podemos fiar numa língua que chama "Mosca de Manteiga" a uma borboleta ou "Pássaro Preto" a um melro. Mas neste caso ajuda...
Se estão até hoje para perceber o fascínio que exerce a beringela sobre tantas gastronomias do mundo, é porque andam a comer as beringelas erradas. As que estão cheias de sabor e textura, as boas ou, sinónimo, orgânicas, têm o tamanho de ovos. As que andam por aí nos supermercados, luzidias, gigantescas, teriam, em inglês, a denominação de "ostrich eggplant". Não creio que isso exista. Mas posso estar errado. E A Gente está sempre a aprender!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Tá Que É Doce

Verão que é Verão traz de bónus um ou outro dia em que apetece ir buscar a roupa de Inverno. Que é como quem diz Em vez de ficar chateado porque está frio, vou antes aproveitar e fazer uma feijoada para descansar de tanto peixe grelhado e saladinhas policromáticas. 

Mas também há aqueles dias que, não sendo frios, não convidam a actividades de estio, tipo praia ou assim... Dias que não são carne nem peixe, portanto. 

********É nesses que dIAZ y su Mariachito vão às amoras.********

Não as amoras de verdade, das que nascem nas árvores cujas folhas alimentam bichos da seda, mas as amoras das silvas. Amoras de pobre. E nós, os pobres, sabemos que fruta onde bicam os pássaros, sejam nêsperas ou amoras, damascos ou figos, é fruta como-deve-de-ser. Fruta de chinchada, é isso.

O que saiu desta frutífera manhã (peço desculpa pelo trocadilho Batanetes inadvertido), ilustra-se abaixo em quatro simples passos:

1. Chinchada | 2. Lavagem (em várias vezes, até que larguem os minúsculos esporos) | 3. Cozedura (durante 1h - 1 caneca de açúcar amarelo por cada 4 canecas de amoras, 1 pau de canela) | 4. Enfrascamento