quarta-feira, 16 de outubro de 2013

dO Porto aOs cOrgos, nÃo me dOam as jUntaS!




Tenho a certeza que todos vocês têm um amigo do Porto. Ou mais. Muitos. Alguns deles ficam-se por “Os vinhos de que mais gosto são os Durienses”. Outros, mais ferranhos ou, no mínimo, exagerados, largam um “Eu só bebo vinho do Douro”.
Isto podia ser um regionalismo. Não é!
Do Porto à Régua, Pinhão, Alijó, São João da Pesqueira ou Sabrosa, não se me assem as virilhas de tanto andar ou me dêem cãibras no gémeo esquerdo de tanto carregar na embraiagem.
Quem percebe da geografia nacional concluirá que, comparativamente, o lisboeta teria de dizer que só bebe vinho de Vila Velha de Ródão! O Figueirense só beberia das Beiras. Os Caminhenses, coitados, deixariam de lado os seus belíssimos alvarinhos para beber uma zurrapa galega qualquer.
O “problema” do Porto é o mesmo de Lisboa. Não tem vinho. No que toca à proximidade, Lisboa estará, porventura, mais bem localizada, com Carcavelos, Colares, Bucelas e Península de Setúbal à mão de vindimar. À sombra desta lógica, os portuenses beberiam verde da malga e, diga-se em abono da verdade, não ficariam nada mal servidos.
Isto até poderiam apenas ser “achaques” idiossincráticos da convivência nacional. Mas é grave! Porque o volume de negócios (neste sector) gerado na Invicta possibilita muita coisa mas, posto o acima, inviabiliza muita outra. Neste momento, o Douro é a Grande Potência da vitivinicultura lusa. E é-o com justiça. Têm bons vinhos, carago. É que nem há discussão. Mas paira nos corgos um preconceito para com o Sul que chega a abafar o facto do Moscatel de Setúbal ter sido considerado o melhor do mundo e o de Favaios nem sequer ter sido pré-seleccionado de entre os franceses e italianos! Mais, está à partida morta qualquer possibilidade de nos unirmos numa luta pelo Vinho Português num Mercado Internacional onde o canibalismo já é terrível porquanto tudo estará perdido se andamos nestas briguinhas fedelhas internas!
Até porque em nome do Todo o Outro Vinho de Portugal, temos algo a apontar:
1.       É vergonhosamente desonesto que a Casa Ferreirinha, dona e senhora do Barca Velha Orgulho Nacional, lance para o mercado o Esteva. Tenham, por amor de alguém, decência!

2.       O Mateus Rosé, vinho que não o é e que, infelizmente, é o “Vinho Português” mais conhecido do mundo… é vosso! O Sul não tem qualquer responsabilidade sobre um excelente marketing aplicado a um produto que poderia muito bem vir das margens do Rio Amarelo. Sim, o da China!

Sem comentários: